RETÓRICA DE MOBILIDADE, REALIDADE DE EXCLUSÃO
SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL E ANÁLISE CRÍTICA DOS IMPACTOS DA AVENIDA LIBERDADE EM BELÉM-PA
Palavras-chave:
Mobilidades justas, Direito à cidade, Amazônia urbana, Infraestrutura de transportes, Desigualdade socioespacialResumo
A realização da COP30 em Belém mobilizou vultosos investimentos públicos em obras de infraestrutura urbana, incluindo a construção da Avenida Liberdade, via expressa que atravessa a principal área de proteção ambiental da capital paraense. Este artigo analisa criticamente as contradições entre o discurso oficial de melhoria de mobilidade e promoção da sustentabilidade e os impactos no tráfego e efeitos socioambientais da obra, especialmente sobre comunidades tradicionais da Região Metropolitana de Belém (RMB). A partir de uma fundamentação teórica ancorada no campo de mobilidades justas, direito à cidade e na crítica à automobilidade, utiliza-se simulação computacional (ProModel) para estimar os efeitos práticos da via sobre o tempo de deslocamento entre áreas-chave da RMB. Os resultados evidenciam ganhos limitados e seletivos, com benefícios concentrados no transporte individual e de cargas, e impactos ambientais expressivos, agravando desigualdades territoriais em um contexto de emergência climática. O estudo contribui empiricamente para o debate sobre mobilidades justas na Amazônia urbana e questiona a coerência de grandes obras rodoviárias com o contexto da COP30.
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